Rodando programas para Windows no Linux, com o Wine

Publicado em 19/05/2007 • Linux, wine14 comentários »

por Marcos Elias

Como rodar programas do Windows no Linux? Naturalmente seria impossível, pois são dois sistemas completamente diferentes e sem ligações. Os programas escritos para o Windows não rodam no Linux, e vice versa. Mas não é de hoje, um longo e promissor projeto vem caminhando aos poucos, cada vez evoluindo mais: o Wine.

O nome quer dizer "Wine is not an emulator", um nome recursivo, muito usado em programas para Linux (assim como o próprio "Linux = Linux is not Unix"). A idéia do Wine é que ele não é um emulador, ou seja, ele não tenta simular o Windows completamente (com todos os recursos, interfaces, etc), e muito menos depende do Windows, mas ele tenta "ser" um Windows diante dos programas. Diferentemente do VMware, um emulador/virtualizador de PC (entre outros), o Wine é uma implementação livre da API do Windows. A API é um conjunto de funções pré-definidas nos sistemas e programas, no caso, do Windows. Traduzindo... O Wine cria um ambiente de certa forma transparente, tentando rodar os programas do Windows diretamente. Quando um programa do Windows é iniciado, ele chama algumas funções presentes em DLLs do Windows, e o Windows faz a coisa que o programa pediu. Por exemplo, um programa pede para desenhar uma janela na tela com uma frase dentro, então o Windows interpreta isso e desenha a janela com o texto dentro. O que o Wine faz é dar uma de Windows, rodando dentro do Linux, servindo como um "intérprete". O programa pede para o Wine (mas pensa que está pedindo para o Windows) para fazer alguma coisa, então o Wine converte estas instruções em instruções que o Linux possa entender. Na prática, você vê o programa como se ele rodasse diretamente, com uma leve perda de desempenho. Veja este screenshot, onde digito este texto no meu editor Mep Texto rodando no Linux, sendo que o Mep Texto é um software para Windows:



Dependendo do programa o desempenho pode ser muito ruim, especialmente programas que exigem uso intensivo de gráficos, modelagem, edição de vídeo e som, etc. Alguns programas, ele simplesmente não tem como rodar. Programas que usam acesso direto a disco ou dispositivos, e/ou alguns recursos específicos do Windows, sem chances.

O Wine não é perfeito. É muito difícil fazer o que ele faz, na verdade é de se admirar que ele possa funcionar. As funções do Windows são adicionadas à mão, uma a uma, e olha que são muitas! Existem até bugs e diferenças entre algumas versões de Windows que são exploradas e usadas pelos programas, mas ainda assim o Wine consegue se dar muito bem. Estas funções são documentadas em parte pela Microsoft, produtora do Windows, para uso dos programadores que desenvolvem programas para o Windows - afianal, eles precisam conhecer a API e as funções disponíveis no Windows para poder fazer os programas. Por isso que uns programas só rodam em determinadas versões de Windows, muitas vezes eles requerem funções ou arquivos que não existem nos Windows mais antigos. Apesar disso, o funcionamento das funções é oculto e fechado, pois o Windows não é um software de código livre (open source). A galerinha do Wine tem o trabalho de "recriar" as funções usando recursos do Linux, e fazer as mesmas coisas que elas fariam no Windows. Uma função muitas vezes chama outra, que chama outra... É realmente interessante e magnífica a idéia do Wine, praticamente um subsistema Windows "open source". "Subsistema" porque ele depende do Wine e do próprio Linux para funcionar, não é um sistema operacional completo - diferentemente dos emuladores de computador, onde você roda uma instâncica do Windows "verdadeiro" numa máquina virtual, com todos os seus arquivos, funções, gerenciamento de hardware, etc.

A página do projeto do Wine é:

www.winehq.org

Lá você encontra pacotes para algumas distribuições de Linux. É bom instalar os mais recentes, nunca as versões antigas. Depois de 2005, que finalmente o Wine passou para beta (depois de anos e mais anos em alpha!), ele tem ficado muito mais estável e melhor. Nas distribuições baseadas no Debian você pode instalá-lo via apt-get (cito isso porque estou usando agora o Kurumin):

apt-get install libwine wine wine-utils

Você pode baixar estes pacotes ".deb" também no hotsite do Explorando (na seção de downloads) e então instalá-los manualmente com o dpkg, digitando (como root) num prompt de comando:

dpkg -i *.deb

Isso supondo que você esteja na pasta onde só tenham estes 3 arquivos .deb, claro.

Depois de instalado, a primeira coisa que você deve fazer é configurá-lo. Para isso abra o "Executar" ou digite num prompt de comando, com o seu login de usuário:

winecfg

Abre-se um programinha com várias abas ("guias"), e ele cria a pasta ".wine" (oculta) dentro do seu diretório Home. Abordando rapidamente, o que você precisa fazer no winecfg é:

- Na primeira aba, "Applications", você deve definir o sistema que o Wine irá imitar (a versão de Windows). Boa parte dos programas rodam bem ao simular o Windows 98, mas alguns só instalam no Windows 2000 ou XP, então você pode voltar aqui e escolher o sistema desejado, antes de rodar o instalador. Veja:



- Na aba "Drives", clique em "Autodetect". Isso fará com que o Wine crie unidades de disco "virtuais", que são links para pastas específicas do seu sistema Linux. Assim você poderá acessar estas pastas nos programas Windows que rodar, como se fossem unidades ou mapeamentos de locais de rede:



- Particularmente recomendo desativar o som, na aba "Audio", para melhorar o desempenho. Abra a aba "Audio" e desmarque os itens.

- Se você achar o visual do Wine feio (por padrão, lembra a cara do Windows 9x/NT4), então saiba que você pode usar os temas do Windows XP/2003. Na aba "Desktop Integration", clique em "Install theme..." e localize o arquivo de tema (".msstyles") do Windows. A seguir, escolha-o na listinha e clique em "Aplicar", e os efeitos passarão a ser visualizados na próxima vez que você abrir os programas. É bom copiar o tema para uma pasta que esteja sempre disponível durante o uso do Wine, por exemplo, sua própria pasta "home". Em diversos sites na Internet você encontra temas para Windows XP, prefira os zipados (não os executáveis). No hotsite do Explorando também há alguns temas para download.

Feito isso, clique em "Aplicar" e em "OK". Pronto. Agora basta rodar os programas, chamando o Wine, seguido do nome do programa, como em:

wine /mnt/hda1/programa.exe

Com as interfaces gráficas fica mais fácil, por exemplo, no KDE. Clique com o botão direito num arquivo ".exe" e escolha "Abrir com". Digite "wine" no campo da linha de comando, e marque a opção para lembrar a associação. Assim você pode rodar os programas do Windows diretamente, dando um duplo clique sobre eles. Isso é necessário porque os programas precisarão ser executados pelo Wine, e não diretamente, pelo Linux.

O Wine exibe algumas mensagens ao rodar os programas, normalmente você pode ignorá-las ou clicar para nunca mais exibi-las. Ele se isenta de responsabilidades, por exemplo, de que "todos os programas irão funcionar" e também sobre perda de dados. Use por sua conta e risco. Saiba que, por padrão, ele libera acesso com suporte a leitura e escrita na sua pasta "home" (normalmente vista como o drive "H:" nos programas para Windows). Portanto, não rode programas suspeitos; um vírus, por exemplo, poderia apagar seus arquivos. Uma idéia é criar uma conta de usuário só para o Wine, mas isso fica de fora desta dica, por envolver outros conhecimentos. Você pode rodar normalmente os programas que você roda no seu Windows. Se eles funcionarem, beleza; se não rodarem, paciência :( Tem gente que consegue rodar até mesmo o Office e o IE, eu não tentei isso, mas rodei normalmente vários programas.

Ao rodar o "winecfg", o Wine cria uma pasta ".wine" (oculta) dentro da sua pasta "Home", onde guarda as configurações e o disco "virtual", uma pasta que será vista pelos programas como a unidade "C:". Dentro dela você poderá encontrar uma falsa pasta "Arquivos de programas", "Windows", etc. Você pode copiar ou salvar arquivos nelas, normalmente :) As pastas do usuário do Windows (como Documentos, Desktop, etc) são guardadas na pasta "Profiles", dentro da falsa pasta "Windows", assim como era no Windows 9x/Me/NT.

Dica: Se você alterar alguma configuração do Wine e ele não rodar mais, pode apagar a pasta ".wine" do seu "Home" (marque a opção de visualizar arquivos ocultos, no seu gerenciador de arquivos), e então rodar o "winecfg" novamente. Assim, as opções serão recriadas com os valores padrões. Tenha em mente que ao apagar esta pasta, todo o conteúdo da falsa unidade "C:" será apagado, veja se você não tem coisas importantes dentro da pasta "~\.wine\drive_c\Windows\profiles\usuario\Meus documentos", por exemplo.

Obs. para iniciantes no Linux: "~" no caminho de pastas e arquivos, refere-se à sua pasta "home". Em vez de abrir a pasta "/home/mah", por exemplo, posso digitar apenas "~" e o sistema entenderá como a pasta "home" do usuário logado normalmente.

IMPORTANTE: Muitos programas só rodam se o DCOM estiver instalado. Ele é uma atualização para o Windows 98. Você pode procurar na seção de downloads do site da Microsoft (www.microsoft.com) ou na Internet (para usuários do Kurumin, ele vem com o Kokar). Procure pelo DCOM98. Antes de instalá-lo, não se esqueça de rodar o "winecfg" e pedir para simular o Windows 98, senão o instalador não permitirá concluir a instalação. Depois você pode voltar lá e deixar o Windows de sua preferência.

Saiba que... Dependendo da versão (quanto mais recente, melhor) e do seu ambiente gráfico, o Wine cria atalhos para os programas instalados, no menu "Iniciar" do seu sistema. Isso mostra mais ainda a evolução dele, a que ponto chegou!

É isso... Dúvidas e problemas, poste na comunidade do Explorando (fórum), ou procure net afora... Mas que é interessante o projeto do Wine, é sim ;)

Dica ++
Veja um tutorial meu publicado no Guia do Hardware, sobre o Wine. É um tutorial maior, que mostra a instalação, configuração e traz várias dicas:
www.guiadohardware.net/tutoriais/dicas-wine/

Rodando o Mep Texto no Linux!

Publicado em 19/05/2007 • Linux, Mep Texto, winePostar comentário »

por Marcos Elias

# Atualizado em 2007-05-21, após o lançamento do Mep Texto 5.0 beta 3a

Mep Texto no Linux? Ainda não nativamente... Mas com a força do Wine, dá sim:



As versões recentes do Wine rodam bem o Mep Texto 5, que você pode baixar em:

http://meptexto.mepsites.cjb.net

Só há um pequeno grande problema. Pelo que testei, com uma versão relativamente recente do Wine, os temas visuais do Mep Texto não funcionaram. Logo ao iniciá-lo pela primeira vez, ele exibe uma tela de licença. Como ele vem com os temas ativados por padrão, ele ficará travado (espero que isso não ocorra com as futuras versões do Wine).

Apliquei então um ajuste na instalação, agora você escolhe se está rodando o Mep Texto no Linux ou no Windows:



Isso otimizará algumas coisas para o sistema em questão. Ao instalar no Linux, por exemplo, marcando a opção "Linux" ele já deixará os temas desativados, e rodará diretamente sem problemas. Note que apesar disso, o Mep Texto ainda é um software win32/pe, desenvolvido "originariamente" para a plataforma Windows.

Caso você o abra com os temas ativos (ou a versão 5.0 beta 2), rode o "xkill" para matá-lo. Você deverá desativar manualmente o uso dos temas visuais, no registro do Windows. No caso, no arquivo "~/.wine/user.reg", o arquivo do Wine que guarda o conteúdo da falsa chave HKEY_CURRENT_USER. Abra esse arquivo num editor qualquer e pesquise por "Mep Texto". Na linha "Skin"="C:\...", apague o nome do arquivo, deixando assim:

"Skin"=""

Veja num editor:



Assim o Mep Texto não usará seus skins, e rodará normal.

Dica: você pode editar o registro usando um "regedit" das versões recentes do Wine! Assim você edita o item "Skin" deixando-o vazio, na chave "HKEY_CURRENT_USER > Software > Mep > Mep Texto", da mesma forma como faria no Windows. Rode com seu login de usuário o comando wine regedit. O Wine está cada vez melhor :)

Nota: As versões 2.x ou 3.x do Mep Texto não possuem os temas, então não há o que se preocupar quanto isso. A 1.x aparentemente não funcionou sob o Wine, ela usava outro motor para o editor. Recomendo altamente o uso da versão 5 mais recente!

Esse "rodará normal" não é "100%", mas há coisas perdoáveis: a janela interna não se abriu maximizada (bastando maximizá-la manualmente); ele duplicava a extensão do arquivo ao escolher uma na lista da janela "Salvar como" (deve ser problema do Wine, não tenho certeza; como alternativa, digite o nome com a extensão e escolha "Outro tipo de arquivo" na janela salvar como, ou salve e depois renomeie pelo menu "Arquivo > Renomear", para remover a extensão); e os melhores estilos de temas para as barras de ferramentas foram o MS Office 2003 ou XP (2002). Ao deixar sem temas para as barras de ferramentas, imaginei que a atualização da tela ficaria mais rápida, mas observei justamente o contrário :( Isso com o Wine usando um arquivo ".msstyles" do Windows, porque com o Wine sem temas ficou mais rápido mesmo, apesar de ficar feinho com a cara do Windows 9x/NT4. Você não precisa se preocupar tanto com isso, pois por padrão o Mep Texto fica com o estilo de barras do Office 2003. Você pode escolher outros na aba "Tema visual" da tela das opções ("menu Configurar > Opções do Mep Texto"). A aparência das barras de menus e ferramentas independe do skin controlador das janelas, e as cores usadas serão puxadas do tema do Windows (ou do tema aplicado no Wine, neste caso).

Um outro problema, pequeno, mas um probleminha... Os nomes de arquivos no Linux, não possuem as unidades "C:", "D:", etc. O Mep Texto vem preparado para nomes de arquivos com estas letras identificadoras de unidades, e separa a pasta do arquivo por meio delas. Ao abrir arquivos no Mep Texto pelo Wine, alguns deles poderão ser referenciados usando o caminho de arquivo do Linux, como "/mnt/hda1/Documentos/Coisa.txt", por exemplo. O Mep Texto abrirá e salvará o arquivo normalmente, mas ele não identificará a pasta e tratará o caminho completo como sendo o nome do arquivo, incluindo as barras. Por enquanto isso impede que o texto do arquivo seja salvo no backup paranóia, (se isso estiver ativado nas opções). O programa simplesmente emitirá um aviso na barra de status, ao tentar salvar. Isso ocorre porque ele tentará salvar o arquivo usando uma barra no nome, visto que para salvar as cópias do backup paranóia de arquivos abertos, ele usa o nome do arquivo. Estarei adaptando isso nos próximos releases, provavelmente a partir da versão 5.0 beta 4, talvez substituindo a barra por um caractere qualquer, ou pegando apenas o trecho do final, após a última barra, que corresponde ao nome do arquivo em si. Esses pequenos probleminhas serão ajustados pensando no Linux (visto que não são problemas no Windows), porque pelo que vi, é possível sim manter o mesmo software win32 nas duas plataformas, Windows e Linux, graças à evolução do Wine! Melhor que Java, que é lento, e mais fácil e rápido do que portar todo o aplicativo e manter duas versões, uma para cada sistema. Verei o Wine como uma "versão livre de Windows", assim o mesmo programa pode rodar tanto em um como em outro.

Aparentemente funcionou tudo bem (exceto o que comentei acima), inclusive com os recursos de backup paranóia e lista de inserção de palavras. Só o que complica é a associação de arquivos, que não ocorrerá automaticamente, ou seja: abra primeiro o Mep Texto e então o arquivo desejado. Dependendo da interface gráfica usada (gerenciador de janelas) o modo de associação manual varia um pouco. Vou mostrar como associar os arquivos .txt no KDE, assim você pode abri-los no Mep Texto diretamente, quando der um duplo clique no ícone.

Abra uma pasta qualquer, no Konkeror. Nas opções dele (menu "Configurações > Configurar o Konkeror") acesse o item "Associações de arquivos". No painel direito, digite "txt" no campo de busca, e tecle [enter]. Aparecerão alguns itens, selecione o text/plain. Mais à direita, clique no botão "Adicionar", e então escolha o Mep Texto, depois dê OK e OK novamente. Se você instalou com as versões recentes do Wine, poderá escolher o Mep Texto na pastinha "Wine > Programas > Mep Texto". Caso contrário, indique, manualmente:

wine "C:\Arquivos de programas\Mep Texto\MepTexto.exe"

Ou seja, digite "wine" seguido pelo caminho do Mep Texto no wine. No caso, o "C:\Arquivos de programas..." é o local onde o Mep Texto está instalado no Wine. Na maioria dos casos o nome da pasta estará em inglês, ficando "C:\Program Files\Mep Texto\MepTexto.exe", isso varia de acordo com o idioma e sua configuração do Wine (se necessário, rode o comando winecfg para alterar o local). Veja:





Ao confirmar, os arquivos .txt deverão ser abertos no Mep Texto, dentro do Linux! E de quebra, outros arquivos também (de texto puro), pois o Linux normalmente trabalha com o tipo de arquivo baseando-se no conteúdo do mesmo, e não apenas na extensão.

Dica para quem não conhece o Mep Texto ainda: Tecle CTRL + T para nova aba, F8 para copiar tudo, F12 para salvar, F11 para abrir, F2 para visualizar no navegador, F9 para inserir textos rápidos, atalhos para formatação em HTML (CTRL + B = negrito, CTRL + I = itálico, CTRL + K = link, etc)... Explore os menus e opções e veja muitas coisas interessantes. Se você não conhece ainda, leia este tópico onde apresento o Mep Texto aqui no Explorando:
http://www2.explorando.com.br/2006/08/voc-usa-o-bloco-de-notas-conhea-o-mep.html

Se você tiver dificuldades ao rodar o Wine ou ainda usar uma versão antiga, recomendo ler meu breve tutorial do Wine, publicado aqui no Explorando mesmo:
http://www2.explorando.com.br/2007/05/rodando-programas-para-windows-no-linux.html

Fiquei feliz ao ver que foi possível rodá-lo no Linux, pois eu sempre senti falta dele dentro do Pingüim... Ele ainda não tem corretor ortográfico, mas deixa para trás qualquer KEdit e Gedit (gosto não se discute, use o Mep Texto for Windows e comprove você mesmo!).

A partir da versão 5.0 beta 3a passei a fazer de tudo para "suportá-lo" no Linux, dentro do possível. Logo na instalação, não se esqueça de marcar "Linux" se estiver rodando o Mep Texto no Pingüim. Graças à compatibilidade do Mep Installer com o Wine também, dá até para gerar instaladores de programas Windows rodando o Mep Installer no Linux, com aparentemente, 100% de compatibilidade do instalador. Não sei se o Wine tem alguma função própria para isso, vou dar uma pesquisada... O ideal seria se o programa pudesse detectar se está rodando num Windows verdadeiro ou no Wine. Assim muitas coisas ficariam facilitadas... Mas ao mesmo isso tempo pode ser indesejável, pois por exemplo, a Microsoft poderia incluir um verificador nos seus novos programas para impedir que ele rodasse sob o Linux, rs. Mas aí bastaria ativar ou desativar uma opção num novo Wine. He he, estou sonhando alto, oh. Mas falando sério, me animei muuuuito mesmo ao ver que o Mep Texto rodou no Linux, agora me sinto em casa com o Linux, porque antes eu sentia uma falta enorme dele.

E mesmo que você use o Windows, não deixe de estar com a versão mais atual, que você pode pegar em www.grupomep.rg3.net ou www.meptexto.mepsites.cjb.net.

WWW: YouOS.com, seu sistema operacional, na web!

Publicado em 18/05/2007 • www, www.youos.com1 comentário »

por Marcos Elias

Que tal um sistema operacional que você acessa de qualquer lugar, pela web? Doideira? Que seja, mas é uma doideira relativamente real:




Entre em www.youos.com e clique em "Try a demo", para entrar no sistema como um "convidado", usando uma conta temporária (sem precisar se cadastrar). Não estranhe, a "barra de tarefas" dele fica no topo ;) Para os amantes do Shell (prompt de comando), tem até um prompt próprio. Ele inclui programinhas básicos e até um navegador, que pelo que tudo indica na verdade é o seu próprio navegador, com um quadro embutido na página (posso estar errado, mas não parece ;). Há um chat (bate-papo) com outras pessoas que estejam usando o sistema também. Dá-lhe Ajax! Uso intensivo de banda? Um pouco. Não tente acessar com banda estreita (internet lenta). E nem com um PC muito lento...

Você pode se cadastrar, assim suas janelas e arquivos virtuais são salvos. Não se esqueça de clicar em "Logout", no menu, para sair.

Não reclame da esperinha ao clicar em um "programa" para abrir. Além do(s) servidor(es) remoto(s) ter(em) de processar as instruções de todos os usuários, a velocidade vai depender da banda da Internet, da rede, etc (o que é trocentos mil por cento incomparáveis à largura de banda dos barramentos locais no seu computador, como os cabos e ligações de acesso a disco, vídeo, memória, etc.).

Nos próximos dias publicarei um comentário com minha posição pessoal diante da migração de programas e aplicativos para a web. Acho interessante a idéia, mas não tão legal se isso for levado a sério. Aguarde ;)

Conheça e use melhor as propriedades de sistema do Windows

Publicado em 18/05/2007 • OutrosPostar comentário »

por Marcos Elias

Muita gente acha simples ir no meu computador do Windows e clicar com o botão direito, acessando as "Propriedades". Mas nem todo mundo sabe que nesta tela, formada por diversas abas ("guias"), dá para configurar diversas coisas. Vamos ter aqui uma visão geral, com os principais recursos e configurações comentados.

Nas propriedades do "Meu computador", acessíveis também pelo item "Sistema" do painel de controle, há um resumo de configurações da máquina e alguns links para ferramentas do sistema:



Nos exemplos, estou usando o Windows XP Professional Service Pack 2. As telas podem variar um pouquinho dependendo da versão ou do Service Pack instalado, mas mesmo no Windows 2000 ou no Server 2003 você verá que é muito familiar.

Na aba "Nome do computador" você pode alterar o nome da máquina e o grupo de trabalho ou domínio a que o computador pertence. Isso é muito usado na configuração da rede, pois muitas vezes na instalação damos um nome qualquer ou deixamos o padrão, difícil de ser identificado depois.

Na guia "Hardware" há o assistente para adição de hardware (normalmente usado quando o plug-and-play "não funciona", ou para dispositivos antigos), além disso permite definir se o sistema aceitará ou não drivers não assinados pela Microsoft, e há um link para o gerenciador de dispositivos. Pode-se configurar também por aí, perfis de hardware. Em cada perfil você pode configurar como quiser os dispositivos e serviços a serem iniciados, e na inicialização escolhe qual perfil quer usar (por exemplo, um uso geekiano: alguém que mantém o Windows instalado em dual boot com outro sistema, e acessa a partição dele diretamente por um emulador ou virtualizador de PC, como o VMware; é muito útil criar um perfil de hardware para o sistema real (quando você iniciá-lo diretamente) e outro perfil ao rodar do VMware, para evitar que o Windows altere as configurações e drivers a toda inicialização, o que reduz o desempenho). Mas esse recurso é muito específico e pouco usado.

Na aba "Avançado" temos diversas coisas:



Há a seção "Desempenho", onde além de configurar os efeitos visuais (quanto menos itens marcados, mais rápido fica o Windows) você pode alterar o gerenciamento da memória virtual, mudando o arquivo de paginação para outro HD ou até mesmo desativá-lo. Altere ainda o uso de memória e processador: se você usar o computador basicamente como servidor, onde os usuários não ficam rodando programas nele, pode marcar os itens "Serviços em segundo plano" e "Cache do sistema", na guia "Avançado" das opções de desempenho. É uma boa marcar "Cache do sistema" para otimizar o salvamento/leitura de dados no disco, mesmo em desktops: assim o Windows usa um cache maior de arquivos em memória, que é bem mais rápida que o HD, e atualiza os dados no HD quando o sistema estiver mais ocioso (em contrapartida, se o sistema for desligado incorretamente ou cair a energia, as chances de perder os últimos dados salvos serão maiores; use esta opção se você tiver um nobreak, ou se o seu computador for muito estável e praticamente não travar ;).

Em "Inicialização e recuperação" você define o sistema Microsoft que deve ser padrão, quando possui mais de uma versão do Windows ou MS-DOS instalada, além de definir o tempo de espera. Para editar manualmente o arquivo boot.ini é uma boa também, pois o sistema altera temporariamente os atributos de somente-leitura e sistema do boot.ini, abrindo-o no bloco de notas para edição, e reaplicando os atributos no arquivo novamente. Defina ainda opções de despejo de memória (usadas para identificar as causas de determinados erros fatais) e se o computador deve reiniciar automaticamente ou não, após um erro sério. Em servidores é bom deixar ativada a reinicialização automática (pois o sistema reinicia suas atividades sem intervenção dos usuários, visto que se ele ficasse parado numa tela azul, por exemplo, a rede e os serviços prestados pelo servidor ficariam parados até que alguém fosse reiniciar o computador manualmente), mas em desktops e estações de trabalho pode ser ruim. Todavia, em erros muito graves, o Windows NT e seus descendentes reiniciam de qualquer jeito.

Ainda na aba "Avançado" pode-se alterar as variáveis de ambiente, que no NT são gravadas no registro. É útil para mover a pasta TEMP para outra partição ou HD, evitando fragmentação na unidade do sistema :) Com o botão "Relatório de erros" pode-se desativar o praticamente inútil relatório de erros, que informa erros à Microsoft, tendo em vista aprimorar atualizações e produtos futuros (será?).

Na guia "Restauração do sistema" pode-se ativar ou desativar a mesma. Por questões de desempenho e espaço em disco, usuários avançados normalmente optam por desativá-la, e se der pau, se viram de outra forma. Particularmente, uma vez precisei dela no Windows ME, e a infeliz não funcionou. No XP dizem que realmente funciona, mas o sistema já é tão estável que é praticamente desnecessária. Cuidado apenas com programas suspeitos e configurações acidentais, claro.

Chegando ao fim... Na aba "Atualizações automáticas" você altera algumas opções referente às mesma, como o download automático ou solicitação de aviso antes de baixar. Usuários de versões "piratas" normalmente deixam as atualizações desativadas, para evitar presentes desagradáveis como o WGA (mas ainda assim é bom desativá-la também no console de serviços, "Iniciar > Executar > services.msc").

Finalizando, na aba "Remoto" pode-se permitir ou negar o acesso à área de trabalho e assistência remota, recursos que permitem controlar o computador à distância, mediante convite/autorização. Dica: abra as propriedades de sistema digitando sysdm.cpl no "Executar".

Para conhecer mais dicas de ferramentas avançadas incluídas com o Windows, veja um tutorial meu no Guia do Hardware:
www.guiadohardware.net/tutoriais/ferramentas-avancadas-windows

Se você quer se aprofundar mais ainda no Windows, recomendo ler meu livro "Dicas e Segredos do Windows", que traz uma série de dicas nunca vistas em cursos e apostilas em geral. Ideal para iniciantes que querem se tornar intermediários, e intermediários que querem se tornar avançados, numa linguagem clara e direta, que você entende :)
Para comprar a versão digital do livro, acesse www.cdexplorando.cjb.net.

Capture vídeos de tela com o VMware (para tutoriais, demonstrações, videoaulas...)

Publicado em 16/05/2007 • Outros1 comentário »

por Marcos Elias

Pra quem usa o VMware... Um meio fácil de capturar imagens de tela e/ou até mesmo vídeos! Isso do sistema dentro da máquina virtual, claro. Com a máquina virtual em execução, clique em "VM > Capture Movie":



Aparecerá uma janela "salvar como", localize o local para armazenar o vídeo... Certifique-se de ter bastante espaço livre no HD! Mas com as qualidades média (padrão) e baixa, o VMware gera vídeos pequenos, bem compactos. Gravei cerca de 6 minutos a 640x480 no sistema virtual, e o vídeo ficou com aproximadamente 25 MB na qualidade média. Escolher uma qualidade inferior só compensa se o vídeo for ser transmitido pela Internet, e se puder ser reproduzido no tamanho real - correspondente à resolução de vídeo do sistema na máquina virtual. Caso contrário, se for redimensionado durante a exibição, poderá ficar com as letras serrilhadas, algumas vezes ilegíveis. Uma dica é usar uma resolução baixa no sistema virtual, algo como 460x480 ou, no máximo, 800x600, senão o vídeo poderá ficar muito grande, devido o tamnho das imagens da tela - e, conseqüentemente, dos quadros do vídeo.

É um meio prático de fazer tutoriais em vídeos, podendo pegar até mesmo imagens da instalação dos sistemas operacionais, formatação do HD, etc. Pegar imagens desse tipo sem uma máquina virtual ou sistemas de acesso remoto avançados, só mesmo com uma câmera de frente para o monitor :P

Eu não reparei se há esse recurso no VMware Server, que é gratuito, mas creio que sim. Testei no VMware Workstation 5. Veja mais inforamções sobre o VMware e um link para um tutorial que escrevi sobre ele aqui:
http://www2.explorando.com.br/2007/05/agora-o-vmware-server-gratuito.html.